O enredo que quero destacar é relativamente simples. George tem uma namorada a qual, quando eles estão para tornar o negócio mais sério, termina com ele porque os pais são ortodoxos letões, ou cristãos ortodoxos, do oriente, que só se relacionam com pessoas da mesma religião. Qual o plano do semi-Larry David? Ele não é nem um pouco religioso, então, por que não se converter somente para conseguir ficar com a namorada? E assim ele faz. Colando numa prova de conhecimentos gerais sobre a igreja em questão, George consegue iniciar seu processo de conversão, apesar de seus pais se revoltarem com o chamado paganismo do filho.

Curiosamente, também, isso influencia ideologicamente também a pessoa. No primeiro exemplo dado anteriormente, ela começa a forçar superioridade nórdica (quando os países nórdicos vivem num pesadelo social-democrata de terrorismo e bolhas econômicas), no segundo, a pessoa pode, por exemplo, começar a forçar superioridade e moralidade russa (quando a Rússia não só é um país com vício em bebidas começando cedo, como também altíssimos números de DSTs, com a promiscuidade incontrolável), ou com as pessoas que começam a seguir o candomblé, a umbanda, ou qualquer coisa similar, sem de fato ter uma tradição para isso, forçando cultura que não é dela e, provavelmente, sendo progressista.
Em vez de seguirem os valores passados para elas por família -- sejam eles bons ou não --, ficam procurando um conjunto moral que satisfaça o fetiche próprio, sem raciocinar, sem encontrar soluções racionais e lógicas para esses assuntos. No fundo, essas pessoas são muito parecidas: são facilmente influenciadas pelos fetiches que têm.
No episódio de Seinfeld, é um fetiche da forma mais explícita possível dentro do permitido se fazer em uma sitcom: George está fazendo isso somente para ficar com a sua namorada. E convenhamos, o George não é a pessoa mais moralmente plausível do mundo. Na verdade, provavelmente está mais próximo do contrário.
É engraçado notar padrões no comportamento das pessoas as quais, por fora, parecem ser tão diferentes.
Bem, é isso.
Nota: esse texto é antigo, mas publiquei agora porque estive dando uma olhada no livro de William Irwin Seinfeld and Philosophy: A Book about Everything and Nothing, o primeiro da série Popular Culture and Philosophy, que